Sobre a Rede




A Rede de Ciberativistas Negras Pará é um coletivo formado por mulheres negras amazônidas, articuladas em rede para o enfrentamento ao racismo, à misoginia, às violências digitais e às injustiças socioambientais. Nossa atuação integra tecnologia, direitos digitais, justiça racial, justiça climática, defesa de território e ancestralidade, a partir das experiências concretas de mulheres negras da Amazônia.
Atuamos no fortalecimento de comunidades, coletivos e territórios por meio de formações, pesquisas, consultorias e estratégias de ativismo e advocacy digital. Entendemos o ambiente digital como um espaço de disputa política e de produção de narrativas, no qual é fundamental garantir segurança, autonomia tecnológica e presença qualificada de mulheres negras.
Nossa organização em rede valoriza a autonomia dos territórios, a construção coletiva de saberes e o cuidado como princípio político. Desenvolvemos ações em contextos urbanos, periféricos, quilombolas e ribeirinhos, conectando práticas digitais às lutas históricas por direitos, memória e bem viver.
Origem e Articulação em rede
A Rede surge em 2017, a partir de uma articulação nacional promovida pela organização CRIOLA, que mobilizou mulheres negras ciberativistas em diferentes regiões do Brasil. Desse processo nasceram diversos núcleos estaduais, entre eles o núcleo do Pará.
Embora integremos uma rede nacional, cada núcleo atua de forma autônoma, definindo suas próprias estratégias, prioridades e formas de organização, sempre mantendo espaços permanentes de diálogo, trocas e construção coletiva, por meio de reuniões nacionais, encontros locais e atividades virtuais e presenciais.
Primeiros Passos e Construção Coletiva
Nos primeiros anos, nossa atuação esteve fortemente voltada aos cuidados digitais, ao fortalecimento do protagonismo de mulheres negras em seus territórios e à articulação política no ambiente online. Participamos e realizamos diversas formações, entendendo que disputar o digital exige criar condições reais de segurança, autonomia tecnológica e fortalecimento comunitário.
Esse período também foi fundamental para ampliar nossas articulações locais e construir uma identidade coletiva baseada no cuidado, na partilha de saberes e na ação política em rede.




Pandemia, Cuidado e Suporte Comunitário
A partir de 2019, iniciamos um processo de estruturação institucional para captação de recursos e execução contínua de ações. Com a chegada da pandemia em 2020, no entanto, redefinimos nossas prioridades.
Em vez de concentrar esforços na submissão de projetos, passamos a oferecer suporte digital direto a coletivos e organizações locais, que precisavam aprender a utilizar plataformas digitais, organizar campanhas online e manter suas mobilizações vivas em um contexto de isolamento social. Esse cuidado com a comunidade se consolidou como um eixo central da nossa atuação.
Consolidação e Expansão Territorial
Em 2021, executamos nosso primeiro projeto financiado, ainda no contexto de transição entre atividades remotas e presenciais. Esse processo contribuiu para a consolidação de metodologias próprias e para a ampliação da nossa base de atuação.
Em 2022, expandimos nossas ações para além de Belém, alcançando outros territórios do estado do Pará. Em 2023, estruturamos o modelo de atuação que orienta nosso trabalho atualmente, com frentes em Belém, no Marajó e em territórios quilombolas.
Nessas frentes, articulamos segurança digital, comunicação comunitária e enfrentamento às violências online, que atingem de forma desproporcional mulheres e meninas negras. Seguimos também em processo de construção para ampliar nossa atuação em outros territórios do estado, como Barcarena, fortalecendo estratégias de presença territorial e articulação local.




Direitos Digitais, Território e Enfrentamento às Violências
Quando falamos de misoginia, responsabilização e enfrentamento jurídico à violência online, falamos também de território, de raça e de gênero. As violências digitais não são compreendidas como ataques isolados, mas como parte de um sistema que busca silenciar mulheres negras, especialmente quando estas se posicionam politicamente.
Nosso trabalho parte da realidade amazônica e das experiências concretas das comunidades, articulando cuidados presenciais e estratégias digitais, sempre com atenção à proteção coletiva, à memória das lutas e à circulação de saberes ancestrais.
Presente e Caminhos Atuais
Em 2025, aprovamos um projeto voltado aos direitos digitais, que tem possibilitado a retomada do site da Rede, a ampliação do diálogo com mulheres e meninas e a realização de oficinas sobre direitos digitais e enfrentamento à violência de gênero no ambiente online.
As reflexões, metodologias e aprendizados desses encontros estão sendo sistematizados em textos e materiais que ficarão disponíveis neste site, fortalecendo a memória coletiva e o acesso público ao conhecimento produzido pela Rede.
Nosso Compromisso
A Rede de Ciberativistas Negras Pará existe para fortalecer vozes, garantir presença e ampliar possibilidades de existência, expressão e disputa de narrativas nos espaços digitais e físicos.
Seguimos articuladas para que mulheres negras amazônidas possam existir, falar, construir e lutar com segurança, autonomia e potência.


O trabalho das ciberativistas negras do Pará é inspirador e transformador.
Ana P.


𖥸𖥸𖥸
Projetos
Programas de Formação Continuada e Mentorias


Oficinas
Capacitação em tecnologia e direitos digitais.






Marchas
Ações contra o racismo estrutural.

